Bloomberg Línea — A Serasa Experian chegou a um acordo para a aquisição da ClearSale, em negócio que envolve um equity value de R$ 1,984 bilhão, segundo comunicado ao mercado na manhã desta sexta-feira (4).
O preço de referência da transação, de R$ 10,56 por ação, implica um prêmio de 23,5% sobre o fechamento na quinta-feira (3), de R$ 8,55. Nesta sexta, as ações disparam cerca de 10%.
Pedro Chiamulera, que fundou a ClearSale em 2000, é o principal acionista da empresa, com 35,29% do capital; em seguida está Veronica Allende Serra, uma das mais experientes investidoras em venture capital do país, com participação de 17,91% na pessoa física e por meio da Innova Capital.
Leia mais: Mastercard comprará empresa de cibersegurança que usa IA por US$ 2,65 bi
Chiamulera, que é ex-atleta olímpico, empreendedor em série e tem outros negócios, como a Confi, empresa de certificação digital, receberá ainda R$ 100 milhões por prestação de serviços futuros e por assinar um acordo de non-compete com a Serasa Experian por um prazo de cinco anos – e isso leva o valor do negócio a R$ 2,085 bilhão. Ele atualmente é o presidente do conselho de administração.
O negócio, se aprovado pelas autoridades regulatórias, vai ampliar a prateleira de soluções oferecida pela Serasa Experian, empresa conhecida no mercado brasileiro pelo bureau de análise de crédito e de riscos, além de autenticação e prevenção à fraude. Desde 2002, é controlada pela irlandesa Experian.
A ClearSale (CLSA3), por sua vez, atua com inteligência de dados com soluções para prevenção a riscos em diferentes setores, como e-commerce, mercado financeiro, vendas diretas, telecom e outros. A empresa abriu o capital por meio de um IPO na B3 em julho de 2021, em operação que movimentou R$ 1,1 bilhão.
A combinação das duas empresas vai proporcionar uma venda mais completa de soluções, com cross sell.
Acionistas da ClearSale vão receber uma ação preferencial resgatável da Serasa Experian para cada uma que possuírem da empresa adquirida. E nesse momento terão três alternativas de recebimento:
(i) por meio de pagamento em dinheiro pelas ações preferenciais de Classe A que possuem; (ii) por meio de BDRs que serão emitidos com lastro em ações da Serasa Experian em Londres; e (iii) por meio de pagamento que combina valor em dinheiro, além de BDRs e um valor adicional futuro.
Segundo o fato relevante, acionistas integrantes do grupo de controle e titulares de ações representativas de 34,86% do capital social votante já decidiram escolher a primeira opção como pagamento.
Leia também
Cibersegurança precisa mudar o foco de máquinas para pessoas, diz especialista
Sexta à noite, empresas financeiras e RG: os padrões para fraudes com documentos
