Bloomberg Línea — Investidores nesta segunda-feira (28) se preparam para a divulgação de dados importantes durante a semana, embora hoje a agenda esteja “esvaziada”.
Nos Estados Unidos, a semana tem a publicação do relatório de folha de pagamento (payroll) referente a outubro, da inflação medida pelo Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) e do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre.
No Brasil, serão divulgados dados do mercado de trabalho em setembro: o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).
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Nesta madrugada no horário do Brasil, o radar esteve no Japão: o primeiro-ministro, Shigeru Ishiba, prometeu restaurar a estabilidade política em uma tentativa de manter o poder, depois que a coalizão do governo não conseguiu obter a maioria na câmara pela primeira vez desde 2009.
Confira a seguir cinco destaques desta segunda-feira (28):
1. Relatório Focus
O relatório Focus, do Banco Central (BC), apresentou novamente alterações na previsão de alguns índices por parte de economistas do mercado. A expectativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o ano de 2024 agora é de 4,55%, ante 4,50% na semana passada.
A projeção para o PIB também teve leve alta, de 3,05% para 3,08%. Para o câmbio, por sua vez, a previsão ao fim deste ano passou de R$ 5,42 para R$ 5,45.
Para 2025, houve somente uma leve alteração, para o IPCA. Segundo os economistas consultados pelo BC, a inflação no ano que vem deve ficar em 4,00%, ante 3,99% no relatório anterior.
2. Incertezas políticas no Japão
O iene ampliou suas perdas para 1%, enquanto as ações japonesas subiram nesta segunda-feira, à medida que os investidores ponderavam as implicações da perda de maioria do Partido Liberal Democrático (PLD) e seu parceiro de coalizão.
A queda da moeda, que atingiu 153,88 ienes por dólar, ocorreu após quatro semanas consecutivas de declínio. O iene já devolveu todos os ganhos obtidos desde que o Banco do Japão aumentou as taxas de juros no fim de julho, o que elevou o risco de as autoridades possam intervirem novamente no mercado para proteger a moeda, dado que a incerteza política obscurece a trajetória das taxas.
“Esse resultado [da eleição] é definitivamente uma preocupação para muitos investidores, porque não temos uma imagem clara de quem vai liderar o país”, disse Hebe Chen, analista de mercado da IG Markets. “O PLD está em uma posição muito difícil e não há uma opção que possa ser facilmente resolvida.”
Apesar das incertezas, o índice Nikkei 225 subiu 1,8%, o maior ganho em mais de três semanas.
3. Mercados
Uma sensação de alívio se disseminou pelos mercados depois que os ataques de retaliação de Israel contra o Irã evitaram instalações de petróleo, o que fez o preço do petróleo despencar e os futuros das ações dos EUA subirem no início de uma semana que promete ser crucial para os investidores.
O Irã afirmou que sua indústria de petróleo estava em operação normal após os ataques de Israel a alvos militares no país. Isso reduziu as tensões geopolíticas em uma semana movimentada de dados econômicos importantes e balanços corporativos das big techs.
Entre os destaques estão os resultados de cinco das gigantes de tecnologia conhecidas como “Magnificent Seven”, além de dados sobre o crescimento econômico da zona do euro e dos EUA no terceiro trimestre e o relatório mensal de emprego na economia americana em outubro.
Em seguida, vem a eleição presidencial em 5 de novembro (terça da semana que vem), com os mercados cada vez mais precificando uma vitória de Donald Trump e dos republicanos.
Os preços do petróleo caíram mais de 6%, enquanto o ouro também recuou.
Os futuros dos índices de ações indicaram uma recuperação em Wall Street após o S&P 500 registrar seu primeiro declínio em sete semanas.
Companhias aéreas, cujos custos de combustível estão ligados aos preços do petróleo, estavam entre os maiores ganhadores nas negociações de pré-mercado, enquanto ações de energia caíram.
4. Manchetes dos sites dos principais jornais
Estado de S. Paulo: Os desafios de Nunes: acomodar partidos no 1º escalão e enfrentar uma Câmara sem Milton Leite
Folha de S. Paulo: MDB e PSD controlarão 38% dos orçamentos municipais a partir de 2025
Valor Econômico: Resultados municipais tiram força da polarização entre Lula e Bolsonaro
O Globo: Da vitória de Nunes à esquerda em dificuldades: reeleições e força do Centrão marcam o 2º turno
5. Agenda
Estados Unidos:
- 12:30 – Leilão Americano Note a 2 anos
- 14:00 – Leilão Americano Note a 5 anos
Zona do Euro:
- 16:45 – Discurso de Luis de Guindos, do BCE
— Com informações da Bloomberg News.